Continuando...
Relembrando o Passado
Maika Racunan contemplou por horas as casas abandonadas e as ruas vazias do Vilarejo Abandonado. No primeiro dia, uma nevoa densa tornou tudo - sensações , visões, sentimentos e sombras - ainda mais misteriosos e dificeis de se classificar.
O primeiro dia passou como um sonho difuso.
Bem como os dias 2 e 3 naquele local.
Até que as trompetas foram ouvidas.
Existe nas terras geladas de Racunan um grupo de pessoas - seriam pessoas? - conhecidas como Os Andarilhos.
Vultos encapuzados em roupas de monges, que seguiam uma trilha das terras do leste para o norte, em silêncio, percorrendo todas as vilas abandonadas daquelas terras.
Eles anunciavam sua passagem com grandes trombetas feitas de chifre de silentadores, e seu som podia ser ouvido por dezenas de kilometros.
E foi aí que Maika soube o que fazer.
Tocando em um pedaço de ferro, deixado pelos antigos habitantes desaparecidos, ele fez um Voto.
Encontraria as respostas. Descobriria o que acontecera com os seus, e para onde eles foram levados.
E uma certeza interna muito grande, de que os Andarilhos mostrariam o caminho.
Nem que fosse a força.
os Andarilhos eram temidos , e diziam-se em todas as vilas que se aproximar de um era certeza de má sorte e desgraças futuras.
Mas eles percorriam as vilas abandonadas. APENAS as abandonadas.
Por que?
E para onde iam?
O que havia ainda mais ao norte?
Respostas.
Maika não era alguém que hesitasse.
E faria de tudo para encontrar seu povo.
A Emboscada
Maika passou exatas 5 horas armando aquela armadilha na velha Ponte, unico acesso leste à vila abandonada.
Retirou os mourões de madeira pesados, e cobriu a lacuna com folhagens secas e galhos.
Seria uma queda dura, e para garantir o sucesso, ele fincou esses mesmos mourões pontudos no rio abaixo, versões grosseiras de estacas, que a altura e o impacto fariam igualmente mortais.
Ele iria pegar os Andarilhos. Se algum sobrevivesse, ele faria o que fosse preciso para que ele falasse.
Se todos morressem, ele não se importaria; seguiria para o norte, e daria um outro jeito.
Quando os sol estava quase se pondo, ele viu as figuras negras se aproximando.
Esticou uma corda que ligava as duas margens da ponte, escondendo-as entre a folhagem. Quando o ultimo passasse por ela, ele - escondido na margem oposta - iria esticar a corda, forçando o corpo de todos os Andarilhos - que eram sempre cinco - a cair rio abaixo, onde as vigas e estacas improvisadas os esperavam.
E assim o momento chegou
Continua...
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