Maika adentra a escuridão.
Mesmo assim, ele está aterrorizado.
O local parece uma igreja abandonado, como as que haviam em sua vila. Até os sÍmbolos desenhados nas paredes são os mesmos.
Maika nota que a porta de madeira - o que sobrou dela - certamente foi atacada por algo vindo de fora. Alguém estava aqui, trancado ou escondido.
Marcas de pés se notam junto ao solo empoeirado.
"Thabata passou por aqui", soube Maika, e nada era mais certo do que isso.
Mas entre um passo e outro, havia uma distancia...inumana, antinatural.
Mas ainda assim, eram os pés de uma criança.
Maika adentra, e nota vários corredores escuros, dirigindo-se a algum lugar sombrio e que não deve ser visitado.
Sons de vento e de coisas que sussurram na escuridão.
Ele consegue se guiar, movido pela coragem que jurava não possuir, e pela lembrança de sua irmã.
Sabia que não era sua irmã que ele procurava, mas isso não mudava nada.
Não levava tocha ou qualquer fonte de luz
Talvez seus olhos se mostraram preparados para a vida da escuridão
Ou talvez nem estivesse tão escuro assim.
Havia uma luz cinza que tudo permeava
E foi assim que ele chegou ao grande salão.
Thabata se encontrava parada, imóvel, no centro do local.
Uma tocha apoiada em uma parede a esquerda da menina se ascende.
Maika continua olhando a menina, que por sua vez parece olhar para a tocha, que por sua vez se apaga.
Para se ascender segundos depois.
A menina grita , e Maika vê ao seu lado...alguém
A velha desdentada.
Que morrera horas atrás, na vila perdida no deserto
A ancião começa a caminhar lentamente em direção à menina
Maika tenta correr, mas antes que desse 2 ou 3 passos, a mulher se encontra ao lado da menina, que cai ao solo, quando a velha toca seu punho.
E então ele vê
As sombras convergirem para a mulher, que se converte ela mesma em sombra
Mas uma sombra solida e ao mesmo tempo indefinida
Maior que a velha
Em poucos segundos , tudo são sombras, que começam a flutuar como se fosse fumaça negra
como se fosse medo
como se fosse o Mal
E num impulso súbito, elas entram dentro da menina, pelos olhos
Thabata se levanta, um levantar que não deveria ser possivel anatomicamente
Olha para Maika, que vê
olhos negros e vazios a lhe encarar...
Continua...
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